6/10/2019 | Gestão | , , , , ,

Segurança financeira para freelancers

Não ter chefe, ter horário flexível, escolher quando tirar férias, trabalhar de casa ou de qualquer lugar são coisas que pesam muito na balança quando estamos na indecisão entre ser autônomo ou trabalhar como funcionário. São muitas as potenciais vantagens de ser freelancer, porém do outro lado do ringue temos um desafiante de peso, a segurança financeira. A verdade é que no fim das contas nem a segurança financeira, nem aquelas vantagens de ser freelancer (ou ter a própria empresa) são 100% verdadeiras. Muita gente já não acredita mais na estabilidade do setor privado, e a maior parte dos freelancers não contam mais com férias, por exemplo.

Portanto resolvi escrever este post para mostrar que um freelancer pode ter autonomia e segurança financeira, sim! Basta um tanto de planejamento e entender alguns conceitos importantes.

1. Planejamento Financeiro

Não existe estabilidade (ou tranquilidade) financeira sem planejamento financeiro. Infelizmente no Brasil não se aprende isso na escola, no máximo uma trabalhinho de casa no qual o aluno compara preços dos produtos que os pais trazem do mercado. Contudo, aprender planejamento financeiro pode ser crucial para sua vida, seja você freelancer ou CLT.

Planejamento financeiro é entender:

  • Quanto se tem;
  • Quanto se precisa;
  • Quanto se quer;
  • Quando terá.

Claro que para responder essas perguntas você passará pelos “Comos” e “Porquês”. Você precisará entender que investimentos serão necessários e/ou importantes e vantajosos.

Nos próximos itens vou dar uma pincelada nos conceitos que considero os mais importantes dentro do sistema de organização financeira de um freelancer, e porque não dizer empreendedor.

2. Investimento inicial

Muitos freelancers ignoram a ideia de aplicar um capital inicial em seu negócio. Muitas vezes, porque não têm essa verba e outras porque não entendem sua importância. Meu conselho? Se pretende ser um freelancer ou abrir sua própria empresa, primeiro levante um capital para investimento inicial. Esse capital é de fundamental… Ou melhor: de crucial importância para seu negócio emplacar.

Tá bom Cadu, mas pra quê ele serve? Bom, ele serve pra muitas coisas. Vou listar algumas:

  • Compra de equipamentos: ter um bom ferramental pode aumentar sua produtividade e consequentemente sua margem de lucro. Fazendo com que produza mais em menos tempo, com mais qualidade e com menos esforço. Por exemplo, para quem trabalha com softwares gráficos, comprar um computador potente pode economizar horas de trabalho no mês. Ou ter uma mesa de desenho digital, pode facilitar muito o processo de criar ilustrações. Não economize nas suas ferramentas de trabalho, pois elas podem até se tornar o diferencial do seu negócio.
  • Pagar as contas: o capital inicial pode te dar a tranquilidade de trabalhar sabendo que as contas “já estão pagas”. Ou seja, você não trabalhará com a pressão de ter que ganhar para que não cortem sua internet. Sofrer este tipo de pressão pode te tirar facilmente do foco, forçando com que faça trabalhos que não estava disposto a fazer.
  • Pagar seu salário: parece estranho aplicar dinheiro em sua própria empresa para que ela pague seu salário. Mas isso também te dará segurança e explico melhor no item a seguir.
  • Capital de giro: é aquele dinheiro que vai manter sua empresa funcionando, quer tenha vendas ou não.

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3. Quem ganha é a empresa

Um erro que vejo 99% dos freelancers cometerem é achar que tudo o que entra de dinheiro é dele. Independente de ser um autônomo ou uma sociedade, você deve tratar seu ofício como um negócio de fato, ou seja, como uma empresa. E, quando uma venda acontece, o dinheiro deve cair na conta da empresa e não do profissional que trabalha pra ela.

“Qualquer empresa sempre é formada por pelo menos duas pessoas: a jurídica e a física.”

Gosto de dizer que qualquer negócio sempre é formado por pelo menos duas pessoas a Jurídica e a Física. Todos os contratos são feitos em nome da pessoa jurídica, sendo ela quem recebe pelos produtos e serviços vendidos. Já a pessoa física é sua funcionária, trabalha por um salário. Esse conceito deve ser aplicado, seja você um empreendedor individual ou uma sociedade com dois ou mais sócios PF. Isso permite que as finanças da empresa sejam planejadas, que seja possível contabilizar se há lucro ou prejuízo, que haja reserva de capital de giro.

Mas Cadu, o que acontece com o excedente? Bom, o excedente é o lucro da empresa. Ao final de um período fiscal, quando é feito um balancete das contas, e revisão dos planejamentos financeiros, decide-se o que fazer com o lucro, seja reinvestir ou distribuir entre os sócios, por exemplo. Normalmente, essa decisão é feita antes, no planejamento financeiro feito antes do início do período fiscal.

4. Planejamento de vendas e precificação

Este é um tema que gera muitas dúvidas: como precificar meus serviços? Bom, existem muitas estratégias. Você pode cobrar pela dificuldade de execução, pelo tempo gasto na tarefa, pelo tipo de projeto, mesclar todas essas formas, etc. De qualquer forma, o valor cobrado X a quantidade vendida tem que suprir a necessidade financeira da empresa. Ou seja, tem que pagar todos os custos (inclusive seu salário) e, de preferência, dar lucro.

Três coisas são imprescindíveis se considerar: o mix de serviços que você oferece, a demanda suportada e o objetivo a ser atingido ao final do período fiscal. Para clarear melhor essa ideia vamos a um exemplo:

Como criar cenários para planejar vendas e precificação:

Vamos dizer que para pagar todos os custos e dar 30% de lucro, seu negócio precisa faturar R$10.000,00 ao mês, ou seja, R$120.000,00 ao ano. Consideramos que você venda dois serviços: site institucional e loja virtual.

Neste cenário, você poderia vender por mês 6 sites de R$1.666,66 ou três lojas virtuais de R$3.333,33. O que você acha mais fácil ou viável vender? Seis sites ou 3 lojas? Isso pode te dar uma pista de como atuar.

Talvez seja mais fácil vender seis sites a cada mês, no entanto, você deve avaliar se consegue produzir e entregar essa demanda. Talvez seja mais viável entregar 3 lojas. Se não consegue entregar nenhuma dessas demandas, você pode pensar no caminho inverso. Quantos sites e quantas lojas consigo vender e/ou entregar por mês? Vamos dizer que você consiga entregar 3 sites ou 1 loja. O que é mais vantajoso? O três sites podem te dar mais lucro (no caso R$4.999,98), porém podem ocupar todo o seu tempo. Sendo que vender uma loja te daria menos, porém te sobraria tempo para trabalhar seu marketing e agregar valor ao seu negócio e em médio prazo você conseguiria vender apenas uma loja por R$5.000,00.

Porém, a venda de apenas uma loja virtual não supre sua necessidade mensal de faturamento da sua empresa. Neste caso, pode ser vantajoso procurar uma parceiro para executar parte do serviço. Por exemplo, você faz o layout e encontra um parceiro para terceirizar a programação. Dessa forma você cria sinergia. Pode ser que dessa forma você consiga atender três demandas de loja virtual, já que terá foco apenas no atendimento e layout e o programador terceirizado, foco apenas na programação. Isso faz com que você fature R$15.000,00 por mês. Vamos dizer que você destine R$5.000,00 de verba com a terceirização, te sobrará os R$10.000,00 ao mês que seu negócio precisa.

Enfim, criar estes cenários vai facilitar muito seu processo de planejamento e precificação.

5. Vender serviços mensais

Outra alternativa para garantir sua renda é vender serviços mensais. Esse tipo de renda recorrente te dá a garantia de entradas todos os meses, porém é mais difícil de aumentar o lucro, já que os clientes fogem de custos fixos altos. Mas vale a pena pensar nesse modelo. Temos um post aqui no blog que fala sobre “8 serviços que geram renda mensal para uma agência digital“, vale a leitura!

E aí, gostou desse artigo? Ajudou você a pensar no seu negócio? Tem alguma experiência interessante para nos contar? Então, te convido a deixar um comentário!

Até a próxima!

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